quarta-feira, 28 de março de 2007

Houve o dia... (Exercício de Ilusão)

Nenhuma ação poderia ser tão estupidamente concreta quanto acordar de forma tão impetuosa. Tarde fria. O telefone toca. Um olhar irônico o tiraniza. Agarro o cobertor e faço dele arma de lança. Obviamente não dá certo. Mas, com a consciência de que nada mais seria surpresa além da velha discussão com a gravidade, obrigo o relógio a esperar calmamente às sessenta tilintadas do próximo minuto, quando seria alforriado desta ilucidez.

A teimosia dilacera as sinapses. Tendo o sofá como beira-mundo, atravessar a porta implícita que divide a sala de qualquer outro excesso de espaço já é uma aventura hedionda. Admiro o tato com que a alma arrepia a Via-Láctea.

Luz? A janela é testemunha de um transtorno temporal plausível. Fiquei aquém da linha do senso...

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