terça-feira, 3 de abril de 2007

Anti-matéria

Feito de coisa nenhuma
com destino ignorante,
pesa à fronte o olho baixo
do cansaço de não-ser.

Eterno desperdício:
um sorriso impedido
de se abrir, num estalo:
um covarde se satisfez.

Paga hoje a pena
a pena de ter sido
o silente meio de gritar...

Mesmo a desesperar,
canta mormente um eu-lírico
bem diferente de sua chaga.

Nenhum comentário: