segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Seashore, Novembro de ...

Dois dias depois:

Lançando olhares divagantes ao céu da noite metropolitana, Sean caminha pelas ruas próximas a seu apartamento. Anda como quem busca alento para coisas tão impossíveis quanto improváveis...

Uma esquina, noutra, mais outra à frente, num sinal fechado... Desentende sua própria realidade naquela hora solitária, simultaneamente, o caos traz conforto ao pensamento. Por vezes quer gritar.

Adrian está numa janela, em “casa”. Cabeça baixa, olhos turvos na penumbra. Junto a suas mãos um antigo presente: uma caneta de ouro. Sua boca soluça timidamente... Alguma voz é ouvida por seus ouvidos mesmos de vez em quando...

- Voz!? – ela se assusta, acende a luz, procura e nada encontra...

Ele respira fundo. Uma sensação torpe lhe toma o corpo em desespero. Ele quer voltar... As luzes são mero devaneio aos seus olhos...

Ela sufoca... O ar seca... A filha acorda e corre em sua direção. As duas procuram uma saída... A fumaça se revela em fogo... Elas acham a porta e correm...

Outros moradores saem, enquanto alguns homens entram para tentar conter o incêndio. Surge Sean no meio das pessoas... Ele as abraça como quem reencontra alguém há muito longe... Todos saem dali apressados: a fumaça aumenta...

Do outro lado da rua, não observam o trabalho dos bombeiros. Aquela família quer apenas se conter em si mesma: Lisa chora abraçada à mãe, Adrian reluta, mas acaba se aproximando novamente de seu esposo..., ele balbucia algumas palavras no ouvido dela... que responde...

- Nunca se afaste de nós, meu bem, nunca mais...

O incidente acontecera noutro apartamento no mesmo andar e não causou danos graves no prédio. O susto foi grande em todos... Poucos ficaram tão atordoados quanto os Johanson, com toda certeza.

...

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