Desta vez, muito mais do que noutros momentos,
vamos falar de amenidades. Havendo um álibi,
por que razão divagar sentimentos sempre?
A poesia, então, deve nestas horas ser meio,
nunca um fim. Para trazer ao verso aquela margem
do rio que corre em seu tempo e em nosso olhar.
Olhar. E como vemos, aliás, o mar e o céu?
Ficam ali, servindo, como este poema,
de entorno - de luxo - às nossas vagas idéias
do que seria adequado quando não se espera sentimento.
Ricardo Reis, sentado de mãos dadas com Lídia,
à beira do caminho, parece galhofar de esforços retóricos
como estes... O rio, o céu, o mar, um verso
e um bando de tolices para ser ameno.
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