quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Encarnação

Dormiu às mãos sobre a face exausta do mundo. Irritou-se. Após a manifestação ao descobrir o que era, distribuiu sua expressão de horror. Doíam-lhe os nervos. A alma chorava pesadamente o não-orgulho.
Esquecera-se de si. Tomava suas atitudes como se o fossem. Ouvia os recados sinceros de quem era "semideus para si" numa religião oculta, mentirosa e torpe. Nunca erraram, como errariam? Ficou-lhes fácil demais a humilhação descoberta alheia: lembrou-se de que era humano à força.

Um comentário:

Sara_shiva727 disse...

gostei!
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Seja dessa forma o desespero de que acorda e viu seus dias dissolverem diante de seus olhos, a banal ilusão do caprichoso, que se desdobra encantado como Ícaro e cego como Édipo.