segunda-feira, 17 de março de 2008

Via (Again)




Uma antiga cidade em ruínas se exibe orgulhosa diante meus olhos. Após camadas de poeira espessa, o vento espalha uma atmosfera diferente. A primeira porta que se apresenta é a da frente... Assim o decido como maneira de ordenar este novo mundo que há descoberto. E se orientar através do que se vê primeiro já é um impulso muito comum do ser humano. Essa passagem divide o Universo em três: onde estou, a parte além... e esta porta. A linha maciça faz parte da quebra... Advém do mesmo Universo. Empoleirado, o Corvo de Alan Poe repete, de cima da porta, seu irônico Nevermore eterno... O território abaixo da porta (e do Corvo) é sombrio. Breve a passagem, a velha cidade se espreme do horizonte e pula com seus moradores imaginários perturbando minha ilusão. Há vida... Mas, de tão
antiqua, sem poeira, sem portal – agora lembranças atrás – e sem rotinas, é uma quase-piada a presença de um ser cheio de bobagens como eu nesta ruína selvagem de um mundo esquecido chamado Self.

2 comentários:

Anônimo disse...
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