sábado, 1 de novembro de 2008

Fragmento em 1 de Novembro de 2008 - Amenidades

Venta. Nada ao redor contempla essa alteração brusca: apenas se altera. Aliás, a contemplação seria antinatural se as coisas não fossem "coisas" - e estas nada contemplam. Estão, como de costume, em seus lugares devidos porque justamente ali devem estar. Inclusive o vento, que passa por elas em busca de sossego noutras paragens.
Divago o olhar na paisagem. Converso com o pensamento. Observamos - eu e este ente que crio ao pensar - o que a realidade apresenta. Há muitas coisas... O vento volta. Uma sombra tênue se aproxima de onde estou. Questionamos a presença dela. Mas acabamos por aceitar - muito agradavelmente - que estávamos certos minutos antes, quando contemplávamos.
Meus pés ganham movimento. Incômodo. Incomodo. Preciso de outra paragem...

2 comentários:

Robson Lius disse...

Fala, meu mestre!!!

Acho que o mais difícil para aquele vagalume angustiado e sonhador é continuar a ser vagalume.

Robson S. Bertoldo disse...

O vento somos nós. Nós que passamos nesta vida como tal e sequer nos concientizamos disso. Vento, que passa pela minha janela e me carrega para outros mundos...
até que um dia se torna brisa e para em algum lugar no infinito.